




O Uso da Internet como Ferramenta de Aprendizagem
Introdução
Olá, amigo(a) discente! Seja bem-vindo(a)!
Serão apresentadas neste curso algumas reflexões a respeito da possibilidade de uso da internet como ferramentas de aprendizagem. Todo material foi construído a partir de experiências práticas, seja em projetos específicos, seja como parte integrante de minhas aulas.
Espero que gostem.
Prof. Dr. Leandro Henrique Magalhães
Videoaula
Geração Y e a Cultura Digital
Antes de iniciarmos nossas discussões, vamos tratar aqui um pouco da Geração Y e de aspectos que envolvem a Cibercultura, conceito fundamental para quem está sendo inserido no mercado de trabalho no século XXI.
Para tanto, sugiro a leitura dos seguintes artigos:
Indicação de Leitura
“Geração Y”, publicado na Revista Galileu:
Disponível em: http://revistagalileu.globo.com/Revista/Galileu/0,,EDG87165-7943-219,00-GERACAO+Y.html
Sobre o conceito de Cibercultura, peço que assistam, com calma, a entrevista de Pierre Levy para o Programa Roda Viva, mesmo que em partes.
Indicação de Filme
Deixo AQUI um link para a apresentação de cinco filmes que abordam o tema Cultural Digital, sendo eles:
1) Disconnect (2012)
2) Chat - A Sala Negra (Chatroom, 2010)
3) Bullying Virtual (Cyberbully, 2011)
4) Depois de Lúcia (Después de Lucia, 2012)
5) Catfish (2010)
Bom estudo a todos!
Wikipédia como Ferramenta de Aprendizagem
Quando era criança, ficava fascinado ao ver, na biblioteca pública, “A Enciclopédia”. Como frequentei a biblioteca pública, transcrevi conteúdos daqueles livros para meus trabalhos escolares. Outros tempos. Tempos em que era chique expor a Barsa na estante da sala. Hoje, tudo mudou. Temos a internet, uma fonte inesgotável de informação para... transcrevermos trabalhos escolares? Será que tudo, e nada mudou?
O certo é que muita coisa mudou. Por começar pela enciclopédia que, de uma coleção de livros disponíveis na biblioteca púbica, ou na sala de estar, se tornou virtual, e assim, livre, colaborativa e universal. Veja o que diz o texto da maior enciclopédia disponível na web:
“A Wikipédia é um projeto de enciclopédia colaborativa, universal e multilíngue estabelecido na internet sob o princípio wiki.
Tem como propósito fornecer um conteúdo livre, objetivo e verificável, que todos possam editar e melhorar.”
(Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Wikip%C3%A9dia:P%C3%A1gina_principal)
Como professor universitário, ouvi vários colegas afirmarem que não aceitariam conteúdo da Wikipédia. Da mesma forma que já ouvi docentes dizerem que não aceitariam celulares em sala de aula. Eu mesmo já repeti esses absurdos, por puro desconhecimento.
É claro que não podemos utilizar artigos de enciclopédias (sejam elas físicas ou virtuais) como textos de base. Porém podemos fazer uso deste material como fonte inicial de pesquisa, ou como ponto de partida para uma dada reflexão. Por que não? Especialmente pelo fato da Wikipédia estar alinhada com um dos princípios que definem as Gerações Y e Z: a colaboração que, neste caso, leva a uma revisão contínua, e verificável (por tanto confiável) dos conteúdos. Reafirma ainda outro elemento que marca nossa realidade: a de que consumimos e produzimos conteúdos, ao mesmo tempo. É assim com o Youtube, com o Facebook, com o Linkedin e, também, com a Wikipédia.
Sabemos então que devemos fazer uso da wikipédia em sala de aula. Mas qual a melhor forma de fazê-lo? No próximo artigo, trataremos mais diretamente deste assunto.
Fazendo Uso da Wikipédia - Tiradentes
Fonte: Décio Villares (1851-1931). "Tiradentes". Oil on canvas, early XX, century (signed, not dated), 60,5 x 49,7cm. Private Collection. Provenance: Heirs of the artist. Photo: Gedley Belchior Braga. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki. Acesso em: 05.06.2019.
Uma das possibilidades de se trabalhar com a wikipédia em sala de aula é a validação de conteúdos. Como sabemos, esta é uma enciclopédia que se pretende colaborativa, podendo assim haver falhas nas informações ou, ainda, conflito de versões e de posições ideológicas. Este pode ser um primeiro passo, rumo à construção coletiva do conhecimento.
Indicação de Leitura
Que tal um exemplo prático: Tiradentes. O artigo pode ser acessado clicando AQUI.
Vamos a um passo a passo:
- Faça um diagnóstico junto a turma, identificando o que os mesmos sabem sobre o tema. Pode ser no formato de debate, de discussão em grupo ou montagem de painel. Utilize a estratégia que sentir mais à vontade.
- Em seguida, promova uma leitura atenta, em conjunto com a turma, do artigo retirado da wikipédia, e identifique os pontos considerados ambíguos ou, até mesmo, incorretos.
- Identificado os pontos, busque textos de referência sobre o tema, para leitura conjunta. O próprio artigo da wikipédia traz algumas indicações. Se possível, busque material de qualidade, disponível na web.
- Leia e debata os textos, comparando-os com o artigo da wikipédia. Deve-se buscar pelo consenso.
- Se desejar aprofundar, há um link para fontes primárias (Clique AQUI), que pode ser analisado pelos alunos, com orientação do professor. Neste caso, estão disponíveis o “Auto da Devassa” e a “Sentença Proferida contra os Réus”.
- Interessante ainda é fazer uma análise da iconografia construída em torno da figura de Tiradentes. E, pela wikipédia, temos um atalho com imagens, quadros e esculturas vinculadas ao personagem. Que tal um estudo sobre os quadros, que contribuíram para a construção da imagem idealizada que temos, ainda hoje, de Tiradentes? Uma dica é o polêmico “Tiradentes Esquartejado”.
- É possível agora promover alguns questionamentos, tais como: por qual motivo Tiradentes foi elevado à categoria de herói nacional? Em que momento esta eleição ocorreu? Sabemos os reais motivos da Inconfidência Mineira? Qual foi o papel de Tiradentes no movimento?
- Vale a pena ainda uma visita virtual a Ouro Preto, pelo Google Street View. Veja clicando AQUI.
- Após todo este trabalho, que tal propor alterações na própria rede social (sim, a wikipédia é uma rede social), a partir das observações dos alunos?
É isso aí. Espero que tenham gostado da dica e até a próxima!
Fazendo Uso da Wikipédia - Wilson Simonal
Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Simonal.jpg. Acesso em: 05.06.2019.
Uma outra possibilidade de uso da Wikipédia é o estudo de biografias de personalidades. A sugestão é aliar estes personagens com o contexto em que estão inseridos. E se for um músico, ator, cineasta, é possível fazer uma análise de sua obra.
Indicação de Leitura
Como exemplo e sugestão de atividade, vamos usar aqui a figura de Wilson Simonal. Você pode obter mais informações no artigo disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Wilson_Simonal>.
Cantor de sucesso nas décadas de 60 e 70, teve sua carreira comprometida a partir de acusações que o envolveram com o Departamento de Ordem Política e Social (DOPS), durante o período militar. Apesar deste fato, é inegável o cunho social de muitas das canções por ele interpretadas, como "Tributo a Martin Luther King" e “Mustang Cor de Sangue”, além de ser um dos primeiros a gravar músicas de compositores como Chico Buarque, Caetano Veloso e Toquinho.
Além da possibilidade de ampliar o universo cultural dos alunos, apresentando um músico com forte influência soul e da MPB, abre-se a oportunidade de estudar o Período Militar Brasileira, seu funcionamento e estrutura, a partir da atuação do DOPS. Pode-se ainda discutir como se dá a construção da imagem de um cantor, do sucesso passando pelo ostracismo, e a retomada do prestígio a partir dos anos 2000, que resultou no filme “Simonal - Ninguém Sabe o Duro que Dei”, de 2009 (Veja AQUI).
Como sugestão de análise da obra, indico a música “Mustang Cor de Sangue (Marcos Valle e Paulo Sérgio Valle), que integra o álbum “Alegria, Alegria 3”, de 1969 (Veja AQUI).
Veja a letra de uma música da Banda “Paralamas do Sucesso”, disponível AQUI.
Esta música faz uma crítica ao consumismo, que teria como consequência a corrupção de valores e a busca constante de novidades. Ao adquirir um Mustang Cor de Sangue, novas possibilidades se abrem:
A questão social
Industrial
Não permite e não quer
Que eu ande a pé
Na vitrine um Mustang
Cor de sangue...
A consequência imediata seria uma mudança de valores que faz com que se abandone a mulher virgem no altar, com a família deixando de ser um ideal em sua vida.
Tenho um novo ideal
Sexual
Abandono a mulher
Virgem no altar
Amo em ferro e sangue
Um Mustang
Cor de sangue...
Assim como a fidelidade, que possibilita não apenas a promiscuidade sexual, mas também material: troca o mustang por um Corcel, cor de mel.
A questão social
Industrial
Não permite que eu
Seja fiel
Na vitrine um Corcel
Cor de mel
Espero que tenham gostado da dica, e que outras possibilidades se abram, a partir do uso da wikipédia.
Facebook como Ferramenta de Aprendizagem
Fonte: http://www.ahistoria.com.br/a-historia-do-facebook/. Acesso em: 05.06.2019.
Correndo o risco de revelar minha idade, a primeira rede social que me vi envolvido foi o Orkut. Vocês se lembram? Achava fantástico a possibilidade de encontrar grupos de pessoas com interesses similares ao meu, obter informações e estabelecer diálogos. O Orkut acabou por não se adequar às mudanças na web e de comportamento dos internautas. E outras redes apareceram, com destaque para o Twitter e o Facebook.
Apesar de possuir características distintas das do Orkut, é possível fazer uso destas redes para fins educacionais, seja como complemento às ações desenvolvidas em sala de aula, seja a partir de estratégias autônomas, que podem se caracterizar como verdadeiros espaços de aprendizagem, debate e compartilhamento de ideias, conceitos e informações.
Uma das possibilidades é a criação de grupos. E aqui, compartilho uma das experiências que tive, no curso de Pedagogia do Centro Universitário Filadélfia - UniFil. Ao fazer uma visita a dois museus da cidade de Londrina-PR, onde moro e atuo profissionalmente, o “Museu de Arte de Londrina” e o “Museu Histórico de Londrina Padre Carlos Weiss”, criei um grupo da turma no Facebook, com o objetivo de compartilhar as impressões obtidas na visita, e estimular o debate entre os envolvidos. Foram postados fotos, vídeos e textos produzidos pelos mesmos, além de material disponível na internet. O debate durou bem mais do que o tempo estabelecido para a atividade, e a mediação passou a ser realizada pelos próprios alunos, com acompanhamento do professor.
Uma outra possibilidade de uso do facebook, é acompanhar as diversas páginas criadas com o objetivo de troca de experiências, conteúdos e informação. É o caso do EaD no Face (<https://www.facebook.com/eadnoface>). De acordo com seus criadores, “A página EaD no Face foi criada em outubro de 2013 com o objetivo de debater os mais variados temas da Educação e, em especial, da Educação a Distância, compartilhar o conhecimento de forma gratuita, bem como o trabalho de profissionais de destaque na área”.
Outro exemplo são os grupos criados pela Associação Brasileira de Educação a Distância - ABED
(https://www.facebook.com/AbedAssociacaoBrasileiraDeEducacaoADistancia) vinculados à Jornada Virtual de Educação a Distância, que debatem temas vinculados à educação a distância de forma geral, e dos uso do facebook, em particular. Exemplos são os grupos:
JOVAED 2015 - Memória Social e Educação Patrimonial nos Museus Virtuais.
JOVAED 2013 - O Facebook e suas possibilidades pedagógicas.
JOVAED - O Ensino Médio e as Redes Sociais.
Entendo que devemos fazer uso das redes sociais, ao invés de ignorá-las. E assim, ao invés de inimigo da educação, de difícil combate, tornam-se aliadas.
Facebook como Ferramenta de Aprendizagem: Uma Proposta de Estudo de Caso
Completando nossa reflexão acerca do uso do Facebook como Ferramenta de Aprendizagem, deixo aqui uma sugestão de estudo de caso, usado em uma de minhas aulas no Centro Universitário Filadélfia - UniFil.
Vamos lá:
- Acesse o link <http://tecnologia.terra.com.br/infograficos/usuarios-facebook/>, que trata do Perfil do Usuário do Facebook no Brasil. Reflita: em qual deles você se encaixa? Consegue identificar seus amigos nos perfis indicados?
- Leia reportagem que trata do Perfil do Usuário do Facebook, clicando AQUI. Você consegue se identificar realizando alguma das atividades indicadas? E seus amigos, será que acompanham esta indicação? Outra situação: em relação aos usuários, mais de 50% estão entre 15 e 34 anos. Por que será? Reflita.
- Agora, faça uma pesquisa no seu Facebook (ou no de um amigo, caso não tenha acesso à rede social), e mapeie o perfil de seus amigos e o conteúdo das postagens da última semana.
Após a leitura de textos sobre Cibercultura e Geração Y, reflita: qual o perfil do usuário do Facebook? Ele possui características da chamada Geração Y? Quais? E as características da Cibercultura, estão presentes? Quais?
Abraços, e até a próxima!
WhatsApp como Ferramenta de Aprendizagem
Fonte: https://www.cdn.whatsapp.net/img. Acesso em: 05.06.2019.
Já virou senso comum a ideia de que, se você não quiser falar com os jovens de hoje, envie um e-mail. Pois é, o meio de comunicação que ganhou mais espaço, após o advento da internet, não é o mais utilizado pelos jovens. A necessidade de comunicação instantânea, e a ansiedade quanto ao retorno fez com que as ferramentas de troca de mensagens evoluíssem, a tal ponto que hoje é possível: saber se a mensagem foi enviada, se foi recebida e lida. É possível ainda criar grupos, comunicar-se via áudio ou vídeo, entre outros. Dentre todos os aplicativos disponíveis, o mais conhecido e utilizado é o WhatsApp.
E o professor não deve ficar de fora deste movimento: estimule a troca de informações e conhecimentos fazendo uso do WhatsApp. É possível a realização de reuniões de trabalho com os alunos, convidar colegas e profissionais para auxiliar na resolução de problemas, convidar outros professores para participar da atividade, assim como alunos de outras turmas, ou até mesmo, de outras escolas. Quantas possibilidades não estão abertas!
Um exemplo: em uma aula sobre os problemas enfrentados nas grandes cidades, é possível distribuir em diferentes pontos da cidade, coletando informações:
- Sobre o trânsito, em uma via de grande circulação de carros;
- Sobre o lixo, em uma usina de reciclagem ou em um Centro de Distribuição de Resíduos;
- Sobre a manutenção de praças e prédios públicos;
- Dentre outros.
As informações coletadas podem ser compartilhadas em tempo real entre os participantes, por meio de um grupo no WhatsApp, por exemplo, iniciando um debate sobre os problemas e possíveis soluções enfrentados nas grandes cidades. E se um professor de história pudesse tratar da dinâmica de transformação da cidade, no decorrer do tempo? E um de biologia abordar a questão do meio ambiente e os impactos na vida dos cidadãos? E se um responsável da prefeitura pudesse dar seus esclarecimentos? Ou ainda, se alunos de outra cidade pudessem dar sua contribuição, em uma ação comparativa?
Como professor responsável, estabeleça regras quanto a quem pode participar, que tipo de discussão será permitida e em quais horários. E não se esqueça de sistematizar todas as informações, debater e apresentar em forma de produto, que pode ser uma postagem no grupo do Facebook da turma, ou no BLOG criado pela escola, para tratar dos projetos desenvolvidos pelos professores e alunos.
Google Docs e Google Forms como Ferramenta de Aprendizagem
Fonte: http://ganbatte.com.br/google-docs/. Acesso em: 05.06.2019.
Uma professora do Ensino Fundamental de Anos Finais me relatou um caso que ocorreu com ela recentemente: foi solicitado aos alunos uma pesquisa sobre um determinado tema. A pesquisa deveria ser sistematiza e entregue em formato de relatório. Ao final da atividade, quando foi recolher a atividade, um dos alunos informou que já tinha compartilhado o documento. Em seguida, ao consultar seu computador, verificou que recebera o arquivo, via google docs. Neste momento percebeu o potencial desta ferramenta: o aluno organiza suas ideias sem sair da internet, e compartilha com o professor. Este corrige, faz as observações e orientações necessárias e, simultaneamente, o aluno passa a ter acesso, podendo proceder aos ajustes solicitados.
Elimina-se papel, otimiza o tempo e facilita a devolução e comunicação entre os envolvidos.
Outras possibilidades são:
- Compartilhar o documento entre um grupo de aluno, que podem editá-lo simultaneamente, em uma construção colaborativa do conhecimento;
- Fazer orientações de trabalho ao mesmo tempo em que o mesmo está sendo construído;
- Dar acesso a outros profissionais e professores, que podem contribuir com a temática estudada;
- Além do Google Docs, é possível compartilhar planilhas e apresentações.
Outra ferramenta que otimiza o trabalho do docente e deixa as avaliações mais dinâmicas, interativas e agradáveis, é o Google Forms. Com ele é possível elaborar avaliações de todos os tipos, com questões descritivas ou de múltipla escolha. Para uma geração onde o retorno imediato é uma realidade, uma avaliação onde o aluno tem acesso a resposta assim que finaliza a mesma pode ser algo bastante atrativo. O interessante é que não só a correção, mas o feedback pode ser imediato.
Muitas vezes a sala está entediada pelo simples fato de abordarmos um assunto a partir de uma perspectiva já conhecida pelos alunos. Para evitar esta situação, uma das possibilidades é a avaliação diagnóstica, que pode ser realizada a partir do Google Forms.
Para determinar o nível de conhecimento da sua turma em relação a determinado assunto, elabore um questionário de múltipla escolha, com poucas questões. Peça para os alunos responderem. Deixe que fiquem à vontade para conversar entre si, e debater a respeito da possível resposta correta. Ao final, você saberá o nível de conhecimento de seus alunos a respeito do tema abordado, podendo assim definir o melhor caminho a ser trilhado naquela aula.
Google Maps como Ferramenta de Aprendizagem
Fonte: https://www.carrobonito.com. Acesso em: 05.06.2019.
O Google Maps é uma ferramenta fantástica, que possibilita a realização de visitas virtuais a várias localidades do mundo, além de construção de roteiros e a exploração de regiões já conhecidas. Pode ser utilizada por professores em aulas de geografia e história, por exemplo.
Vamos há algumas possibilidades:
1) Que tal nos apropriarmos do meio em que estamos inseridos? Uma das possibilidades é a visita ao entorno da escola, conhecendo e reconhecendo o espaço urbano a nossa volta.
- Defina, em conjunto com os alunos, os lugares a serem visitados. Busque sempre o consenso.
- Proponha uma pesquisa sobre estes lugares;
- Debata com os alunos, defina as principais características a serem observadas e, depois, realize o passeio;
- Em uma próxima etapa, em grupo, os alunos podem construir um mapa mental do caminho percorrido, destacando os aspectos que mais chamaram atenção.
- Por fim, proponha uma visita virtual, pelo Google Maps. Com isso, terá uma visão ampliada do caminho percorrido, e um comparativo entre o mapa desenvolvido pelos alunos, e o encontrada no site.
- Construa o roteiro no Google Maps, e compartilhe com os alunos, ou poste no BLOG da Escola, destinado a divulgar as atividades desenvolvidas.
Esta proposta de atividade está descrita, com mais detalhes, nos livros “Educação Patrimonial: Da Teoria à Prática” http://educacaopatrimonial.com.br e “Educando para o Patrimônio Cultural” http://educacaopatrimonial.com.br.
2) Em uma reflexão a respeito da história da cidade, é possível a criação de roteiros, fazendo uso do Google Maps. Um exemplo é o Centro Histórico de Londrina (https://www.google.com/maps), utilizado em um debate acerca da constituição da cidade e seus elementos urbanos, com destaque para o comércio popular e a arquitetura Art Decó e Modernista. Este tipo de atividade favorece a apropriação da cidade e uma reflexão acerca das transformações vividas por ela, em uma relação passado e presente em que o aluno está envolvido.
3) Outra possibilidade é a visitação a monumentos ou cidades históricas, como o Taj Mahal (https://www.google.com/maps).
4) Que tal uma aula sobre a constituição de uma identidade brasileira, marcada por elementos republicanos e modernistas (fim do século XIX e início do século XX), que favoreceram um olhar para o sudeste e para elementos do século XVIII e do modernismo do século XX, praticamente ignorando o século XIX imperial e os primeiros séculos da colônia?
- Faça uma busca por Museu Paulista e o Museu da Inconfidência, no Google Maps. Discuta com os alunos a importância destes monumentos para a construção de uma identidade nacional.
- Reforçando este debate, procure por Ouro Preto: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ouro_Preto. Ao final da página, clique em “Vista do centro histórico no Google Maps”.
- No que se refere a elementos do modernismo, proponha uma visita ao Elevador Lacerda, em Salvador, uma edificação considerada como bem cultural brasileiro, um patrimônio arquitetônico, representando uma manifestação modernista. Procure no Google Maps por “Mercado Modelo - Salvador-BA”. Ali você terá uma boa vista do Elevador Lacerda. Caso deseje passear pelas ladeiras que liga a cidade Alta e a Baixa, digite “Elevador Lacerda”.
- Uma outra visita virtual interessante é Brasília. Digite, no Google Maps, “Eixo Monumental - Brasília”.
- Ampliando a discussão, é possível apresentar outras regiões do Brasil que contribuíram para a construção de uma nacionalidade brasileira. Na região sul do país há uma série de cidades que poderíamos considerar como "históricas", por preservar características de um passado colonial. Porém estas não possuíam o mesmo valor na constituição de uma identidade nacional, ficando em segundo plano nas discussões em torno do Patrimônio Histórico Cultural e das Rotas Turísticas.
- O certo é que a região sul, em diversos momentos, representara uma ameaça para a unidade nacional, como nos casos da Guerra dos Farrapos, no século XIX, e da Revolução Federalista, já na república, o que ajuda a entender o motivo de que, mesmo com a ascensão de um Presidente Gaúcho, no caso Getúlio Vargas, os olhares continuarem voltados para o sudeste.
- Vejamos alguns exemplos: Digite, no Google Maps, “Centro Histórico de Morretes” / “Centro Histórico de Paranaguá” / “São Francisco do Sul” / “Rua da Independência São Leopoldo”.
Esta reflexão está mais detalhada no livro “Educação Patrimonial: Da Teoria à Prática” (http://educacaopatrimonial.com.br/#publicacoes/02.html).
O Youtube como Ferramenta de Aprendizagem
Fonte: https://en.wikipedia.org/wiki/YouTube. Acesso em: 05.06.2019.
Atualmente o uso de vídeo é cada vez mais importante no processo ensino/aprendizagem. O audiovisual é uma realidade, e o professor não deve se afastar dela. Uma das mais conhecidas ferramentas de compartilhamento de vídeo é o Youtube, que funciona também como uma rede social. Há cursos completos disponibilizados, além de diversos canais especializados em educação. Vejam alguns exemplos:
Youtube Educação, em parceria com a Fundação Lemann:
https://www.youtube.com/channel/UCs_n045yHUiC-CR2s8AjIwg
Me Salva:
https://www.youtube.com/user/migandorffy
Descomplica:
https://www.youtube.com/user/sitedescomplica
Curso Completo de Flauta Doce:
https://www.youtube.com/watch?v=3mhz2KRDPIM&list=PLdH9FoTfve-ySbBhXGLgoCAOgg1BJXYhn
Ou seja, atualmente há uma série de vídeos com conteúdos de qualidade, que podem ser utilizados pelo professor. No entanto, é necessário organizá-los, antes de entregar para o aluno. Uma forma é a criação de listas de vídeos, a respeito de determinado tema, e depois compartilhá-los com os alunos, via youtube. Estes poderão ser, posteriormente, debatidos em sala, ou servir como base para uma atividade avaliativa.
Outra possibilidade é a organização das listas por parte dos alunos. Por exemplo: em um estudo a respeito do Brasil Império, você pode dividir os estudantes em grupos, e solicitar que organizem listas de vídeos, no youtube, a respeito dos seguintes temas:
- A Independência do Brasil;
- A Primeira Constituição;
- O Brasil segundo Jean-Baptiste Debret;
- Poder Moderador;
- A escravidão no Império;
- A cafeicultura e o processo de imigração.
Com as listas organizadas, as mesmas podem ser compartilhadas entre a turma. Aponte alguns elementos importantes para o entendimento de cada tema, e faça uma enquete, via Google Forms, com os seguintes questionamentos:
- Qual dos vídeos selecionados apresentam o melhor conteúdo?
- Qual possui a melhor apresentação?
- Qual possui áudio e vídeo de melhor qualidade?
Ao final, teremos seis vídeos, que servirão de base para os debates propostos em sala, e para a avaliação final. Neste processo, o aluno auxiliou na seleção do conteúdo, e na avaliação qualitativa dos mesmos.
Pense ainda na possibilidade de criação de um canal. Hoje existem muitos youtubers que são professores, e possuem milhares de seguidores. Veja alguns exemplos:
- 10 canais do YouTube feito por professores: https://canaldoensino.com.br/blog/10-canais-do-youtube-feito-por-professores;
- Professores Youtubers ensinam a criar videoaula de sucesso: http://porvir.org/professores-youtubers-como-ensinar-videos-na-internet/
Você pode ainda criar canais para compartilhar vídeos a respeito de determinado assunto, ou ainda, para postar vídeos produzidos por seus alunos. Isso mesmo, que tal de, ao invés de solicitar um trabalho escrito, não pensar em uma produção audiovisual? Veja alguns exemplos:
- Vídeo vencedor de concurso nacional produzido por aluno da rede estadual: <https://www.youtube.com/watch?v=kSxpje2ckQo>
- Vídeo (em estilo youtube) produzido da E.E.I. Prof. Zeferino Vaz - CAIC - Campinas_SP: <https://www.youtube.com/watch?v=vor__tRjST0>
Como visto, há muitas formas de uso do YouTube em sala de aula. Agora, mãos à obra, ou ao vídeo!
Veja exemplos de Blogs na Área de Educação
Fonte: http://www.ferramentasblog.com. Acesso em: 05.06.2019.
Venho refletindo, a algum tempo, sobre as possibilidades do uso de tecnologia em sala de aulas. Paralelamente, atuo como coordenador de Educação a Distância e de projeto na área de Patrimônio Cultural.
Um dos resultados destes trabalhos é a constituição de dois Blogs. Um deles tem o objetivo de servir como elemento de integração e interação entre os alunos dos cursos que atuo como professor. É disponibilizado material de aula, trabalhos desenvolvidos por alunos e dicas de livros, músicas, filmes, dentre outros. O resultado pode ser encontrado Clicando AQUI.
O segundo foi construído a partir da construção de um curso em formato MOOC (Curso Massivo, Aberto e Gratuito), visando socializar as reflexões que tenho desenvolvido no âmbito do Patrimônio Cultural. A ideia foi utilizar apenas ferramentas gratuitas disponibilizadas na internet, como Blogs, Grupos, Mapas, Canais de Vídeo, dentre outros. O resultado pode ser encontrado Clicando AQUI.
Indicação de Leitura
Sugiro ainda a leitura do BLOG Reflexões Contemporâneas, onde apresento reflexões na área de educação, patrimônio cultural, história e teologia: <http://reflexoes-contemporaneas.blogspot.com.br>.
O próximo passo será a construção de um curso voltado para professores, onde estas experiências serão relatadas e sistematizadas.
Espero que tenham gostado do curso.
Até a próxima!